sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Extra, Extra, Atividade Extra: Informação Jornalística x Informação Arquivística

Obs.: O vídeo referenciado no blog mãe, faz sátira ao programa de TV Sem Meias Palavras, cujo apresentador é representado na imagem acima.


Boa-tarde, galera!


Entendemos que ainda que programa jornalístico, que tenha como premissa subentendida apenas noticiar fatos verídicos,  produza informação/documento inverídicos, estes ainda sim serão considerados documentos arquivísticos.

Para ter esse entendimento, precisamos antes recuperar o conceito de documento arquivístico; para tal, faremos referência a Couture e Rousseau (1998), para esses autores, documento de arquivo "é aquele que, produzido ou recebido por uma instituição pública ou privada no exercício de suas atividades, constitua elemento de prova ou de informação". Ainda que existam diversos conceitos em relação ao que é documento arquivístico, a maioria converge aos conceitos dos autores supramencionados sem menção quanto à veracidade informacional. Isto é, toda informação produzida pela instituição como produto de suas atividades e funções, constitui-se em documento de arquivo, independentemente de sua veracidade. 

Vale lembrar, que o mérito da discussão em relação à veracidade da informação, neste caso, mais se refere à ética e à moral da profissão do jornalista, ainda não que estejamos nós, cidadãos, alheios à  busca desse compromisso ético e moral.

Como exemplificação prática, lembramos dos documentos oficiais, aqueles produzidos pelo Estado. Ainda que eles cumpram às autenticidades legal (documentação validada de acordo com a competência da lei) e diplomática (documentos produzidos de acordo  com  a  prática  do  tempo  e  do lugar  indicados  no texto  e assinados pela pessoa competente para isso), porém sem autenticidade histórica (que atestam eventos que de fato aconteceram ou informações verdadeiras), presumir-se-á que são verídicos e autênticos, a não ser se prove o contrário posteriormente.

Mesmo a reportagem sendo inverídica, nesse caso, trata-se de produto de sua vontade administrativa no decorrer de suas atividades.

No mesmo viés, admitimos a reportagem produzida pelo programa humorístico como documento arquivístico, embasando-nos nas mesmas razões consideradas mais acima a respeito do primeiro caso, porém, agora, não haverá maiores questionamentos quanto à veracidade e à autenticidade das informações, tendo em vista as missões, visões e objetivos subentendidos nas atividades realizadas pelos programas do gênero.

Referências:

COUTURE, Carol; Rousseau, Jean Yves. Os fundamentos da disciplina arquivística. Tradução de Magda Bigote de Figueiredo. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1998. 


João Paulo e Tuila



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